A Revista Liderança no Feminino esteve à conversa com Lúcia Freitas, enóloga da Quinta da Mariposa que, em 2014, ganhou o prémio de Jovem Agricultora do Ano. Atualmente é também Diretora Geral da empresa Seacampo, Soc. Lda.

Criou o seu próprio projeto na sua terra natal. Como surge a Quinta da Mariposa?

Desde que comecei a trabalhar como enóloga, em 2005, sempre tive o desejo de fazer os meus próprios vinhos. Desde muito pequena que acompanho a quinta do meu avô e para mim sempre foi uma grande alegria poder participar na vindima e na produção do vinho.

Como caracteriza os vinhos da Quinta?

São vinhos bem típicos do Dão! Usamos apenas as castas tradicionais, trabalhamos com vinhas com mais de 30 anos e praticamos vinificação minimalista, ou seja, intervindo o mínimo possível com o objetivo de obter a melhor expressão das uvas da região, e assim produzir vinhos que são fiéis ao terroir.

A revista Wine Enthusiast atribuiu, este ano, 92 pontos ao vinho “Mariposa Tinto Reserva 2013”. Como foi receber esta importante distinção internacional?

A Wine Enthusiast faz parte das publicações mais reconhecidas e conseguirmos esta pontuação na primeira colheita deste vinho deixa-nos orgulhosos, obviamente, mas acima de tudo dá-nos credibilidade a nível internacional.

Os vinhos portugueses começam a ser cada vez mais conhecidos no estrangeiro, mas ainda há muito trabalho por fazer… para vendermos no mercado externo uma marca nova, precisamos que haja alguma referência que ateste a qualidade do produto e que seja reconhecida pelo público.

Quais os projetos futuros da Quinta da Mariposa?

Este ano comprámos um espaço para construir uma adega e pretendemos aumentar a área de vinha. No entanto este será um crescimento lento e sustentado, com foco na qualidade dos vinhos. Não temos pressa de crescer, temos a vida toda!

O que representa para si, ter estado à frente dos maiores projetos da região do Dão?

Foi essencial para conseguir criar a Quinta da Mariposa. Nestas empresas tive oportunidade de fazer vários tipos de vinhos desde os entradas de gama de grande volume, até aos vinhos mais raros e premiados. Trabalhei em várias regiões vinícolas, com diferentes castas e diferentes tipos de vinhos. Paralelamente aprendi muito sobre marketing e promoção de vinhos nos mercados externos e não é possível ter um projeto de vinhos bem-sucedido sem termos estes conhecimentos.

Fonte: Liderança no Feminino